terça-feira, 27 de setembro de 2011
São Sepé
Quando ele morreu vencido pelas armas e o número de portuguêses e espanhois , Deus Nosso Senhor retirou de sua testa o lunar que , que colocou o céu do pampa para ser o guia de todos os gauchos - é o Cruzeiro do Sul .
A panelinha
Casa de MBororé
A lenda da Casa de MBororé (Missões)
No tempo dos Sete Povos das Missões, havia um índio velho muito fiel aos padres jesuítas, chamado MBororé. Com a chegada dos invasores portugueses e espanhóis, os padres precisaram fugir levando em carretas os tesouros e bens que pudessem carregar. Assim, amontoaram o muito que não podiam levar consigo – ouro, prata, alfaias, jóias, tudo!- e construíram ao redor uma casa branca, sem porta e sem janela. Para evitar a descoberta da casa pelo inimigo e o conseqüente saqueio, deixaram o velho índio fiel MBororé cuidando, com ordens severas de só entregar o tesouro quando os jesuítas voltassem às Missões.
Mas os jesuítas nunca mais voltaram. Com o passar dos anos, o velho índio morreu e o tempo foi marcando tudo, deixando as ruínas de pé como as cicatrizes de um sonho que acabou. Acabou? Não. A Casa de MBororé continua lá num mato das Missões, imaculadamente branca, cuidada pela alma do índio fiel que ainda espera a volta dos jesuítas.
Às vezes, algum mateiro –lenhador ou caçador- dá com ela, de repente, num campestre qualquer. Imediatamente dá-se conta de que é a Casa de MBororé, cheia de tesouros. Resolve então marcar bem o local para voltar com ferramentas e abrir a força a casa que não tem porta nem janela. Guarda bem o lugar na memória pelas árvores tais e tais, pela direção do sol e coisas assim. Sai, volta com ferramentas, só que nunca mais acha de novo a Casa Branca de MBororé, sem porta e sem janela.”
Lobisomem do Cemitério
Aproximadamente na década de 70, na rua 2 de Novembro, onde até hoje se encontra o Cemitério Católico da cidade de Rio Grande, atuava o famoso “Lobisomem do Cemitério”.
Pessoas que passavam tarde da noite por ali diziam que um estranho bicho aparecia sempre a meia noite. Assim que alguém passava, ele pulava do alto muro do cemitério e assustava as pessoas. Os que eram assustados por ele, revelavam que o bicho era meio homem meio animal. Foi a partir desse depoimento que as pessoas começaram a acreditar que se tratava de um lobisomem. Notaram também que o bicho uivava quando agia.
Mas o segurança da Viação Férrea (que ficava em frente ao Cemitério) não acreditava no que estava acontecendo. Então ele resolveu vigiar uma noite inteira o cemitério para ver se o que falavam era verídico. Assim que deu meia noite em seu relógio ele ficou mais atento em tudo que estava em sua volta. Foi aí que ele ouviu um uivo muito alto, no instante uma senhora passava pela frente do cemitério (uma mendiga), e o lobisomem saia do muro. O segurança começou a atirar, e o lobisomem saiu em disparada.
Desse dia em diante nunca mais se ouviu falar nele, mas nada dura para sempre, a qualquer momento pode aparecer um para voltar a assustar a cidade.
A lenda do quero-quero
A Lenda do Quero
QueroQuando a Sagrada Família fugia para o Egito, com medo das espadas dos soldados do rei Herodes, muitas vezes precisou se
esconder no campo, quando os perseguidores chegavam perto.
Numa dessas vezes, Nossa Senhora, escondendo o Divino Piá, pediu a todos os bichos que fizessem silêncio, que não cantassem,
porque os soldados do rei podiam ouvir e dar fé.
Todos obedeceram prontamente, mas o Quero-quero, não: queria porque queria cantar. E dizia: Quero! Quero! Quero!
E tanto disse que foi amaldiçoado por Nossa Senhora: ficou querendo até hoje.
A Lenda de Soledade
Há muitos e muitos anos, um grupo de mineiros vagava numa caravana de carretas entre o Planalto e a Serra do Rio Grande do
Sul. Muitas famílias completas faziam parte do grupo e elas queriam fundar uma vila, uma cidade, mas o local de assentamento só poderia ser escolhido por Nossa Senhora, cuja imagem sagrada eles traziam numa carreta, com altar e tudo.
E assim vagavam de pago em pago, acampavam, armavam o altar, passavam aí alguns dias e, como não recebiam sinal de Nossa Senhora, recarregavam as carretas e iam embora.
Até que um dia pararam num campo lindo, banhado pela luz de Deus, com uma estranha beleza solitária. Ao descarregarem as carretas, alguém teria dito: "Que soledade!"
Bueno, acamparam e tal e depois de alguns dias, recarregaram tudo prontos para partir de novo. Quando chegou a hora da partida, quebrou-se o eixo da carreta que levava a imagem de Nossa Senhora. Descarregaram tudo, consertaram o eixo e quiseram partir, mais uma vez. Surpresa: quebrou-se o eixo, de novo. Outra vez descarregaram, consertaram o eixo e se dispuseram a partir.
Quando se quebrou o eixo pela terceira vez, eles compreenderam que era um aviso: Nossa Senhora tinha escolhido, afinal, a sua querência.
Então, ali, naquele chão sagrado, eles ergueram ranchos, galpões, estâncias. E Nossa Senhora abençoou o esforço, a fé e a dedicação
de todos, fazendo prosperar Soledade, a terra escolhida pela própria Mãe de Deus.
O Caverá
O Caverá é uma região na fronteira-oeste do Rio Grande do Sul, ouriçada de cerros, que se estende entre Rosário do Sul e Alegrete.Diz a lenda que a região, no passado, era território de uma triba dos Minuanos, índios bravios dos campos, ao contrário dos Tapes e Guaranis gente mais do mato. Entre esses Minuanos, destacava-se a figura de Camaco, guerreiro forte e altivo, mas vivendo uma paixão não correspondida por Ponaim, a princesinha da tribo, que só amava a própria beleza...Um dia, achando que lhe dava uma tarefa impossível, Ponaim disse que só se casaria com Camaco se ele trouxesse a pele do Cervo Berá para forrar o leito do casamento. O Cervo Berá era um bicho encantado, com o pelo brilhante - daí o seu nome. O mato era dele: Caa-Berá, Caaverá, Caverá, finalmente. Então Camaco resolveu caçar o cervo encantado. Montando o seu melhor cavalo, armado com vários pares de boleadeiras, saiu a restrear, dizendo que só voltaria depois de caçar e courear o Cervo Berá. Depois de muitas luas, num fim de tarde ele avistou a caça tão procurada na aba do cerro. O cervo estava parado, cabeça erguida, desafiador, brilhando contra a luz do sol morrente. Sem medo, Camaco taloneou o cavalo, desprendeu da cintura um par de boleadeiras e fez as pedras zunirem, arrodeando por cima da cabeça. Então, no justo momento em que o Cervo Berá deu um salto para a frente quando o guerreiro atirou as Três Marias, houve um grande estouro no cerro e uma cerração muito forte tapou tudo. Durante três dias e três noites os outros índios campearam Camaco e seu cavalo, mas só acharam uma grande caverna que tina se rasgado na pedra dura do cerro e por onde, quem sabe, Camaco e seu cavalo tinham entrado a galope atrás do Cervo Berá para nunca mais voltar.
João de Barros
- Que provas podes dar de sua força para pretender a mão da moça mais formosa da tribo?
- As provas do meu amor! - respondeu o jovem.
O velho gostou da resposta mas achou o jovem atrevido. Então disse:
- O último pretendente de minha fila falou que ficaria cinco dias em jejum e morreu no quarto dia.
Eu digo que ficarei nove dias em jejum e não morrerei.
Toda a tribo se espantou com a coragem do jovem apaixonado. O velho ordenou que se desse início à prova.
Enrolaram o rapaz num pesado couro de anta e ficaram dia e noite vigiando para que ele não saísse nem fosse alimentado. A jovem apaixonada chorou e implorou à deusa Lua que o mantivesse vivo para seu amor. O tempo foi passando. Certa manhã, a filha pediu ao pai:
- Já se passaram cinco dias. Não o deixe morrer.
O velho respondeu:
- Ele é arrogante. Falou nas forças do amor. Vamos ver o que acontece.
E esperou até até a última hora do novo dia. Então ordenou:
- Vamos ver o que resta do arrogante Jaebé.
Quando abriram o couro da anta, Jaebé saltou ligeiro. Seu olhos brilharam, seu sorriso tinha uma luz mágica. Sua pele estava limpa e cheirava a perfume de amêndoa. Todos se espantaram. E ficaram mais espantados ainda quando o jovem, ao ver sua amada, se pôs a cantar como um pássaro enquanto seu corpo, aos poucos, se transformava num corpo de pássaro!
E exatamente naquele momento, os raios do luar tocaram a jovem apaixonada, que também se viu transformada em um pássaro. E, então, ela saiu voando atrás de Jaebé, que a chamava para a floresta onde desapareceu para sempre
Contam os índios que foi assim que nasceu o pássaro joão-de-barro.
A prova do grande amor que uniu esses dois jovens está no cuidado com que constroem sua casa e protegem os filhotes. E os homens amam o joão-de-barro porque lembram da força de Jaebé, uma força que vinha do amor e foi maior que a morte.
a moça do cimiterio
A Lenda do Quero-Quero
QueroQuando a Sagrada Família fugia para o Egito, com medo das espadas dos soldados do rei Herodes, muitas vezes precisou se
esconder no campo, quando os perseguidores chegavam perto.
Numa dessas vezes, Nossa Senhora, escondendo o Divino Piá, pediu a todos os bichos que fizessem silêncio, que não cantassem,
porque os soldados do rei podiam ouvir e dar fé.
Todos obedeceram prontamente, mas o Quero-quero, não: queria porque queria cantar. E dizia: Quero! Quero! Quero!
E tanto disse que foi amaldiçoado por Nossa Senhora, ficou querendo até hoje.
A Origem do Mate - Guaranis
Os cânticos de guerra reboaram na floresta, e Itabaetê marchou com seus homens à procura do grande acampamento. Toda a tribo partira, levando nos olhos o brilho da vitória. Só um homem, enfraquecido pelo peso dos anos, não pudera seguir nesta nova arrancada guerreira. E ficara chorando no oito de uma coxilha, olhar estendido à linha de combatentes que serpenteava pelos caminhos. Mesmo depois da tribo ter desaparecido no véu da grande mata, ainda o velho índio permanecera numa atitude de estátua, mudo, enovelado em mil recordações das pelejas passadas. Voltava, em pensamento. àqueles tempos em que seu braço era o mais temido da tribo, a sua flecha a mais certeira, os seus olhos os mais seguros a perscrutar a imensidão das noites, Agora, fraco, envelhecido, estava condenado a atirar-se inativo ao fundo das matarias. Para seu consolo, restavam-lhe apenas as recordações, e a beleza de Yarí, a mais jovem e a mais formosa de suas filhas - a qual, surda ao convite de muitos guerreiros enamorados, preferira permanecer junto ao velho pai, adoçando-lhe as últimas horas de vida com o mel de seus sorrisos.
Um dia, chegou ao rancho do velho guarani um viageiro estranho - roupagem colorida, olhos lembrando o azul de céus longínquos. O guarani logo percebeu que o homem vinha de terras distantes, muito além das matas do Maracaju, matas que ele cortara, vibrando de entusiasmo, nas caminhadas de outrora. A porta de couro de seu rancho abriu-se inteiramente, recebendo o estrangeiro. Yarí foi buscar os frutos mais lindos da floresta, e o mel mais doce das mirins. E o seu velho pai, cerrando um pouco os olhos para melhor buscar as riquezas de um mundo afastado no tempo, recordava episódios de sua mocidade, entusiasmava-se no relato das caçadas perigosas e dos entreveros ruidosos. Tudo foi feito para que as horas que o estrangeiro passasse naquele rancho fossem cheias de contentamento.
Desceu a noite sobre a terra e a rede foi estendida para o sono do visitante. Seus sonhos foram povoados pela voz suave da virgem, entoando as cantigas guaranis. E no outro dia, quando o sol espiou por entre os ramos mais baixos do arvoredo, foi encontrar o estrangeiro já pronto para seguir viagem.
- Em tuas mãos repousa a generosidade das fontes cristalinas... - disse ele ao velho índio. - Em teu coração se abriga a hospitalidade das planuras infindas dos charruas, onde os campos se abrem em mil caminhos sem estender nada que impeça o andar do viageiro; no corpo de tua filha se esconde a pureza dos o1hos-d’água e a alegria das madrugadas de minha terra. Tanta virtude merece ser recompensada. Venho dos domínios de Tupá, o Deus do Bem. Pede o que quiseres!
- Nada mereço pelo que fiz, senhor! -, respondeu o guarani. - Mas como a bondade imensa de Tupá quer pousar suas mãos sabre este rancho pobre, eu pediria mais um pouco de alento para os últimos passos do meu viajar. Outrora, eu guiava pelos caminhos da guerra um sem-fim de guerreiros; hoje, somente minha filha enche de vida as minhas horas derradeiras. Eu quisera um outro companheiro, que atirasse doçura aos meus lábios e descanso ao meu coração. Alguém que fosse meu último amigo, um amigo fiel. Assim, Yarí poderia seguir o rastro da nossa tribo, onde os jovens anseiam por seu amor para continuarem mais confiantes no caminho da vitória. É o que peço, senhor: um amigo fiel, um companheiro que encha de doçura a horas amargas da saudade...
O emissário de Tupá sorriu. Em suas mãos brilhava - recoberta de uma luz estranha - uma planta repleta de folhagens verdes, donde se desprendia um perfume de bondade, talvez o mesmo perfume de Tupá.
- Deixa crescer esta planta, e bebe de suas folhas! - disse o enviado de Deus. - Bebe de suas folhas, e terás o companheiro que pedes! Esta erva, que traz em si a graça do Tupá, se estenderá pelas matas, trazendo o conforto não só a ti mas a todos os homens de tua tribo. E tu, Yarí, serás a protetora das florestas que haverão de surgir. Os guerreiros provarão a mesma delícia de teu carinho ao sorver esta bebida; as caminhadas de guerra serão menos fatigantes, e os dias de descanso mais felizes...
E já se afastando do rancho, o enviado de Tupá repetiu:
- Terás um companheiro fiel, velho chefe guarani... E será a protetora de tua raça, Caá-Yarí...
E desde então Caá-Yarí é a senhora dos ervais e a deusa dos ervateiros. Todos merecem dela o máximo de auxilia, se lhe são fiéis. E se algum ervateiro, ainda não satisfeito com aquela proteção, quiser ver a fartura escorrendo de seus dedos, poderá fazer com ela um pacto sagrado. Bastará entrar numa igreja, durante a Semana Santa, e pedir Caá-Yarí em casamento, jurando viver para sempre nos ervais, voltado somente para o culto de sua deusa, sem nunca mais amar outra mulher... Deixará, depois, num ramo de erva-mate, um bilhete no qual marca um encontro com a bela protetora das florestas No dia marcado, deverá penetrar no fundo da mataria, onde Caá-Yarí lhe provará a bravura, interrompendo-lhe o caminho com serpentes e feras. E se o ervateiro for corajoso e forte, vencendo a todos os perigos, receberá a recompensa de Yarí.
Sua vida será toda tomada pelo amor da jovem deusa. Suas noites serão cheias de prazer, e seus dias cheios de fartura. Os ervais se despirão por encanto, enchendo os surrões de couro sem que ele tenha gasto o mínimo de esforço. Na hora da pesagem, Caá-Yarí - que é invisível para todos menos para o seu amante - pousará sobre os feixes de erva, aumentando o peso da colheita. A felicidade será eterna para o ervateiro!
Eterna... se ele não quebrar seu juramento... Pois se alguma mulher consegue desnorteá-lo, haverá de lhe entregar, junto às carícias, a sentença da desgraça. Um dia, o ervateiro será encontrado estirado no meio dos ervais, inexplicavelmente morto, ou então correndo pelas florestas, ensangüentado, delirando, louco!
É a vingança de CaáYarí! Ela jamais perdoa! poor:keely
Lendas Gaúchas - A moça do Cemitério
A lenda gaucha: O minhocão
Os cânticos de guerra reboaram na floresta, e Itabaetê marchou com seus homens à procura do grande acampamento. Toda a tribo partira, levando nos olhos o brilho da vitória. Só um homem, enfraquecido pelo peso dos anos, não pudera seguir nesta nova arrancada guerreira. E ficara chorando no oito de uma coxilha, olhar estendido à linha de combatentes que serpenteava pelos caminhos. Mesmo depois da tribo ter desaparecido no véu da grande mata, ainda o velho índio permanecera numa atitude de estátua, mudo, enovelado em mil recordações das pelejas passadas. Voltava, em pensamento. àqueles tempos em que seu braço era o mais temido da tribo, a sua flecha a mais certeira, os seus olhos os mais seguros a perscrutar a imensidão das noites, Agora, fraco, envelhecido, estava condenado a atirar-se inativo ao fundo das matarias. Para seu consolo, restavam-lhe apenas as recordações, e a beleza de Yarí, a mais jovem e a mais formosa de suas filhas - a qual, surda ao convite de muitos guerreiros enamorados, preferira permanecer junto ao velho pai, adoçando-lhe as últimas horas de vida com o mel de seus sorrisos.
Origem do Mate
Veio a noite e a rede foi estendida para o sono do visitante. Seus sonhos foram povoados pela voz suave da virgem, entoando as canticas guaranis. E no outro dia, quando o foi encontrar, o estrangeiro já estava pronto para seguir viagem.
- Em tuas mãos repousa a generosidade das fontes cristalinas... - disse ele ao velho índio. - Em teu coração se abriga a hospitalidade das planuras infindas dos charruas, onde os campos se abrem em mil caminhos sem estender nada que impeça o andar do viageiro; no corpo de tua filha se esconde a pureza dos olhos-d’água e a alegria das madrugadas de minha terra. Tanta virtude merece ser recompensada. Venho dos domínios de Tupá, o Deus do Bem. Pede o que quiseres!
- Nada mereço pelo que fiz, senhor! -, respondeu o guarani. - Mas como a bondade imensa de Tupá quer pousar suas mãos sabre este rancho pobre, eu pediria mais um pouco de alento para os últimos passos do meu viajar. Outrora, eu guiava pelos caminhos da guerra um sem-fim de guerreiros; hoje, somente minha filha enche de vida as minhas horas derradeiras. Eu queria um outro companheiro, que atirasse doçura aos meus lábios e descanso ao meu coração. Alguém que fosse meu último amigo, um amigo fiel. Assim, Yarí poderia seguir o rastro da nossa tribo, onde os jovens anseiam por seu amor para continuarem mais confiantes no caminho da vitória. É o que peço, senhor: um amigo fiel, um companheiro que encha de doçura a horas amargas da saudade...
O emissário de Tupá sorriu. Em suas mãos brilhava - recoberta de uma luz estranha - uma planta repleta de folhagens verdes, de onde se sentia um perfume de bondade, talvez o mesmo perfume de Tupá.
- Deixa crescer esta planta, e bebe de suas folhas! - disse o enviado de Deus. - Bebe de suas folhas, e terás o companheiro que pedes! Esta erva, que traz em si a graça do Tupá, se estenderá pelas matas, trazendo o conforto não só a ti mas a todos os homens de tua tribo. E tu, Yarí, serás a protetora das florestas que haverão de surgir. Os guerreiros provarão a mesma delícia de teu carinho ao sorver esta bebida; as caminhadas de guerra serão menos fatigantes, e os dias de descanso mais felizes...
E já se afastando do rancho, o enviado de Tupá repetiu:
- Terás um companheiro fiel, velho chefe guarani... E será a protetora de tua raça, Caá-Yarí...
E desde então Caá-Yarí é a senhora dos ervais e a deusa dos ervateiros. E se algum ervateiro, ainda não satisfeito com aquela proteção, quiser ver a fartura escorrendo de seus dedos, poderá fazer com ela um pacto sagrado. Bastará entrar numa igreja, durante a Semana Santa, e pedir Caá-Yarí em casamento, jurando viver para sempre nos ervais, voltado somente para o culto de sua deusa, sem nunca mais amar outra mulher... Deixará, depois, num ramo de erva-mate, um bilhete no qual marca um encontro com a bela protetora das florestas No dia marcado, deverá penetrar no fundo da mataria, onde Caá-Yarí lhe provará a bravura, interrompendo-lhe o caminho com serpentes e feras. E se o ervateiro for corajoso e forte, vencendo a todos os perigos, receberá a recompensa de Yarí.
LENDAS GAÚCHAS:BOITATÁ
Contam os índios que ,há muito tempo , numa tribo no sul do Brasil , um jovem se apaixonou pro uma moça de grande beleza . Melhor dizendo :apaixonaram-se .Jaebé , o moço , foi pedi-lá em casamento . O pai dela perguntou :
-Que provas podes dar de sua força para prentender a mão da moça mais formosa da tribo ?
-As provas do meu amor !-respodeu o jovem
O velho gostou da res o deixe morresposta e acho o jovem atrevido .
Então disse :
-O ultimo pretendente de minha filha falou que ficaria de jejum por 5 dias porém morreu no quarto dia .
Eu digo que ficaria nove dias de jejum e não morrerei.
Toda tribo se espantou com a coragem do jovem apaixonado .O velho ordenou que se desse ínicio á prova .
Enrolaram o rapaz num pesado couro de anta e ficaram dia e noite viajando para que ele não saísse nen fosse alimentado . A jovem apaixonada chorou e implorou á deusa lua que o mantivesse vivo para seu amor . O tempo foi passando . Certa manhã , a filha pediu ao pai :
-Já se passaram cindo dias . Não o deixe morrer .
O velho respondeu :
-Ele é arrogante . Falou nas forças do amor . Vamos ver o que acontece .
E esperou até até a úçtima hora do novo dia . Então ordenou :
-Vamor ver o que resta do arrogxaante jaebé .
Quando abriram o couro da anta , Jaebé saltou ligeiro. Seu olhos brilharam , seu sorriso tinha uma luz mágica . Sua pele estava limpa e cheirava a perfume de amêndoa . Todos se espantaram . E ficaram mais espantados ainda quando o jovem , ao ver sua amada , se pôs a cantar como um pássaro enquanto seu corpo ,aos poucos , se transformava num corpo de pássaro !
E exatamente naquele momento , os raios do luar tocaram a jovem apaixonada , que também se viu transformada em um pássaro . E , então , ela saiu voando atrás de Jaebé , que a chamava a floresta onde desapareceu para sempre .
Contam os índios que foi assim que nasceu o pássaro joão-de-barro.
A prova do grande amor que uniu esses dois jovens está no cuidado com que constroem sua casa e protegem os filhotes . E os homens amam o joão-de-barro poruqe lembram da força de jaebé , uma força que vinha do amor e foi maior que a morte.
Nome:Brenda e Jorge